Ameaçada de extinção, onça-parda é capturada em chácara em Presidente Epitácio e devolvida à natureza

Ameaçada de extinção, onça-parda é capturada em chácara em Presidente Epitácio e devolvida à natureza
Depois de passar uma avaliação médica veterinária, o felino foi solto em um trecho do Parque Estadual do Rio do Peixe entre Ouro Verde (SP) e Presidente Venceslau (SP). Onça-parda foi capturada em Presidente Epitácio (SP) nesta segunda-feira (20)

Polícia Militar Ambiental

Equipes do Corpo de Bombeiros e da Polícia Militar Ambiental capturaram nesta segunda-feira (20) uma onça-parda que havia aparecido em uma chácara no bairro Alto Mirante em Presidente Epitácio (SP).

O animal, que pertence a uma espécie ameaçada de extinção, precisou ser sedado e, depois de passar por uma avaliação médica veterinária, foi solto em um trecho do Parque Estadual do Rio do Peixe entre Ouro Verde (SP) e Presidente Venceslau (SP).

Ninguém ficou ferido.

Também conhecida como suçuarana, puma, onça-vermelha e leão-baio, a onça-parda (Puma concolor) é a segunda maior espécie de felino do Brasil, só ficando atrás da onça-pintada (Panthera onca). Tem corpo alongado, com até 1,08 metro de comprimento. A cauda longa mede até 61 centímetros e a altura é de 63 centímetros.

O macho adulto pode pesar por volta de 70 quilos. A pelagem da suçuarana tem coloração uniforme, variando entre marrom-acinzentado bem claro e marrom-avermelhado escuro.

Geralmente os animais que vivem em florestas são menores e mais escuros e os que habitam regiões montanhosas são maiores e mais claros.

Possuem hábitos noturnos (predominantemente) e diurnos, caçam a qualquer hora do dia com certa tendência ao horário de crepúsculo.

Embora seja uma espécie terrestre, possui muita habilidade para subir em árvores e é muito ágil. A suçuarana vive solitária, menos na época de acasalamento.

Pesquisas comprovaram que a suçuarana é o predador mais eficiente e mais flexível entre os felinos. Ela consegue alimento em 75% das vezes em que parte para o ataque.

A alimentação inclui desde pequenos roedores até mamíferos de grande porte (capivaras, veados e catetos), aves e répteis.

O período de gestação varia entre 84 e 98 dias, e nascem de um a seis filhotes, cada um com 220 a 440 gramas de peso.

A espécie é considerada vulnerável e ameaçada de extinção.

Onça-parda foi capturada em Presidente Epitácio (SP) nesta segunda-feira (20)

Polícia Militar Ambiental

Segundo o biólogo André Gonçalves Vieira, responsável por diversos levantamentos de fauna em Presidente Prudente (SP), a onça-parda não tem o hábito de atacar pessoas, a não ser que se sinta acuada, com filhotes ou extrafragilidade alimentar.

“Infelizmente, com a perda de seu hábitat natural (cobertura vegetal nativa) e, consequentemente, queda de presas (alimentos), esse animal passa cada vez mais a ser observado próximo de áreas urbanas”, salientou Vieira.

“Uma das maiores ameaças à sobrevivência dos felinos selvagens em todo o mundo é a perda de hábitats em virtude da expansão urbana, da matriz agropecuária, a retaliação por predação de animais domésticos e os atropelamentos. Portanto, é sempre importante obedecer aos limites de velocidade das vias e se manter atento”, salientou ao g1 o biólogo Rondinelle Artur Simões Salomão, professor doutor na Universidade do Oeste Paulista (Unoeste), em Presidente Prudente.

Salomão ainda orientou que, ao avistar um animal selvagem nas vias, é importante manter uma distância considerável e não tentar afugentá-lo.

“Esses animais não oferecem riscos diretos aos seres humanos e, se não forem incomodados, seguirão seu caminho. Onças-pardas só se defendem nos casos em que ficam acuadas ou estão protegendo suas crias”, ressaltou.

Onça-parda foi capturada em Presidente Epitácio (SP) nesta segunda-feira (20)

Polícia Militar Ambiental

Onça-parda foi levada ao Parque Estadual do Rio do Peixe

Polícia Militar Ambiental

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