Ministério Público do Peru investiga detenção de equipe de jornalistas

Ministério Público do Peru investiga detenção de equipe de jornalistas
Dois repórteres do programa Cuarto Poder, do Canal América Televisión, disseram que foram detidos e ameaçados na quarta-feira enquanto faziam uma reportagem na área onde mora a família do presidente. Imagem do canal América Notícias, do Peru

Reprodução

O Ministério Público peruano abriu uma investigação nesta quinta-feira (7) após a denúncia de que uma equipe de repórteres de televisão foi detida e ameaçada por camponeses enquanto investigava a família do presidente Pedro Castillo.

Os fatos ocorreram no distrito de Chandín em Cajamarca. Possíveis "crimes contra a liberdade (sequestro) e contra a propriedade (furto), em detrimento de dois jornalistas" são investigados, informou a entidade no Twitter.

Dois repórteres do programa Cuarto Poder, do Canal América Televisión, disseram que foram detidos e ameaçados na quarta-feira enquanto faziam uma reportagem na área onde mora a família do presidente. Esse programa havia divulgado no domingo um suposto caso de tráfico de influência por Yenifer Paredes, cunhada de Castillo.

Patrulheiros

O repórter Eduardo Quispe relatou que entre 30 e 50 patrulheiros com chicotes na mão os detiveram por mais de uma hora sob ameaças e os obrigaram a entregar suas câmeras e celulares.

Antes de libertá-los, os jornalistas foram obrigados a ler uma nota afirmando que era falso o que constava na reportagem da emissora América Televisión em que Paredes foi mencionada. Se eles não concordassem em ler o texto, "foram avisados que suas vidas estavam em risco", disse o canal em comunicado.

Castillo pediu uma investigação "sobre o que aconteceu com os jornalistas" em Cajamarca, 800 quilômetros ao norte de Lima. Por sua vez, a organização nacional de "Rondas Campesinas" rejeitou a acusação de sequestro e negou que estivesse "protegendo o governo".

Castillo, professor rural de Cajamarca, era membro das Rondas Campesinas, criadas na década de 1970 para combater o roubo de gado e que depois resistiram às incursões dos guerrilheiros maoístas do Sendero Luminoso (1980-2000).

O MP investiga a cunhada de Castillo e um empresário da construção, três dias depois do programa Cuarto Poder afirmar que ambos ofereciam obras de saneamento em uma cidade de Cajamarca.

Devido à denúncia do programa de televisão, o MP convocou Lilia Paredes, mulher de Castillo, para depor nesta sexta-feira.

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