Moraes manda PF analisar vídeo para saber se Roberto Jefferson descumpre ordens de restrição

Moraes manda PF analisar vídeo para saber se Roberto Jefferson descumpre ordens de restrição
Na gravação, ex-deputado diz que está recebendo visitas e orienta dirigentes do PTB. Político está em prisão domiciliar, mas foi anunciado candidato à Presidência pela sigla. O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes determinou nesta sexta-feira (5) que a Polícia Federal elabore, em cinco dias, laudo sobre um vídeo em que o ex-deputado Roberto Jefferson (PTB) indica estar descumprindo medidas cautelares.

Na gravação, Jefferson diz que está recebendo visitas e passa orientações a dirigentes do PTB. Desde janeiro, no entanto, o político está em prisão domiciliar e proibido de receber visitas, usar redes sociais, dar entrevistas e se comunicar com pessoas investigadas nos mesmos processos que ele.

Em novembro de 2021, o ministro Alexandre de Moraes decidiu afastar Jefferson da presidência do PTB atendendo a um pedido de deputados estaduais e federais. Tanto o Supremo quanto o Tribunal Superior Eleitoral apuram se recursos da sigla foram usados para abastecer a as ações contra a democracia e as instituições.

Nesta semana, a convenção do PTB aprovou o nome de Jefferson para ser o candidato do partido à Presidência – o ex-deputado, no entanto, é também aliado do presidente Jair Bolsonaro. A candidatura deve ser discutida pela Justiça Eleitoral, a quem cabe analisar os registros dos candidatos.

Em prisão domiciliar, Roberto Jefferson se lança à Presidência da República

Prisão preventiva e outros processos

Jefferson teve a prisão preventiva decretada em agosto do ano passado pelo ministro Alexandre de Moraes com base no inquérito que apura ações de uma milícia digital contra a democracia e as instituições.

Em janeiro, o ministro colocou o político em prisão domiciliar, com uso de tornozeleira eletrônica e outras medidas cautelares.

Roberto Jefferson deixa presídio no Rio para cumprir prisão domiciliar no interior do estado

Em junho deste ano, por nove votos a dois, o STF tornou Jefferson réu pelos crimes de calúnia, incitação ao crime de dano contra patrimônio público e homofobia.

O político foi denunciado pela procuradoria-geral da república sob acusação de ter incentivado a invasão do senado e a prática de atos violentos contra sanadores da CPI da covid para impedir o livre exercício do legislativo.

Jefferson ainda incentivou a destruição do Tribunal Superior Eleitoral com emprego de substância explosiva e praticou ataques à comunidade LGBTQIA+ em diversas ocasiões.

No julgamento, os ministros decidiram que o caso de Jefferson deve prosseguir na Justiça Federal em Brasília, já que ele não tem foro na corte.