ICMBio faz desratização na segunda maior ilha do arquipélago de Noronha

ICMBio faz desratização na segunda maior ilha do arquipélago de Noronha
Objetivo é eliminar roedores da Ilha Rata, que em 75 hectares, integra Parque Nacional Marinho e não é habitada. Ratos são capturados para estudo do comportamento

ICMBio/Divulgação

O Instituto Chico Mendes da Biodiversidade (ICMBio) deu início a uma ação de desratização na Ilha Rata, a segunda maior do Arquipélago de Fernando de Noronha. A meta é eliminar 100% dos roedores.

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Na primeira fase do trabalho, será feito o levantamento da quantidade de ratos no local. A ilha tem 75 hectares, integra o Parque Nacional Marinho e não é habitada.

O coordenador de Pesquisa, Monitoramento e Manejo do ICMBio, Ricardo Araújo, disse que o levantamento vai até 15 de fevereiro.

“Nós dividimos a Rata em três setores: área arbórea, área de ninhal e a área campo. Contamos com o apoio de pesquisadores para fazer esse trabalho”, informou Araújo.

Servidores do ICMBio e pesquisadores realizam o trabalho na Ilha Rata

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O coordenador de Pesquisa contou que os ratos são animais introduzidos em Noronha e que prejudicam o meio ambiente.

“Os ratos se alimentam dos filhotes das aves. Isso vem causando um desequilíbrio ecológico. A Ilha Rata é um local de descanso de aves migratórias e conta com espécies que vivem nessa área e fazem ninhos no chão", disse Ricardo Araújo.

Segundo pesquisadores, ratos predam as aves

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Para fazer a desratização, o ICMBio instalou 20 armadilhas com iscas. Quando o animal for capturado, será colocada uma marca. Em seguida, esse roedor será liberado.

“Nós soltaremos os ratos para fazer uma nova captura. Assim, saberemos o comportamento do animal e o espaço que ele percorre. Com isso, poderemos fazer a distribuição do veneno, na segunda fase da ação”, indicou o representante do Instituto Chico Mendes.

O veneno que vai ser utilizado não agride outras espécies. A expectativa é aplicar o produto quando a área deve estar com a vegetação seca, entre setembro e outubro.

O ICMBio já realizou trabalho de desratização da Ilha do Meio, que também faz parte do Parque Nacional Marinho, em 2017. O resultado foi considerado positivo.

“A Ilha do Meio tinha a maior densidade de ratos do mundo. Esse local chegou a ter 12 mil animais em 15 hectares. A predação de outras espécies era gigante. Na Ilha do Meio, deu certo”, afirmou Araújo.

O coordenador de Pesquisa do ICMBio disse que, em novembro, será feito o monitoramento na ilha, após a aplicação do veneno.

A ideia é aplicar uma segunda dose de veneno para eliminar os roedores que tenham resistido. Ricardo Araújo acredita que, até o final deste ano, o trabalho de desratização da Ilha Rata será concluído.

Expectativa é elimiar os ratos até o final do ano

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O Instituto Chico Mendes planeja fazer uma proposta para a Administração de Fernando de Noronha para controle de ratos e outras espécies exóticas na ilha principal.

“Nós precisamos fazer um trabalho de biossegurança na chegada das embarcações que trazem carga do continente. Vamos fazer uma proposta ao governo local que tem a gestão do Porto de Santo Antônio”, indicou Ricardo Araújo.

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