Papa amplia e torna lei de abuso sexual mais vigorosa para líderes da Igreja

Papa amplia e torna lei de abuso sexual mais vigorosa para líderes da Igreja
Em decreto, Francisco tornou definitivas as medidas que obrigam padres a relatarem aos superiores qualquer suspeita de abuso e que responsabilizam bispos diretamente por acobertarem casos. Papa Francisco durante entrevista exclusiva para a Associated Press de dentro do Vaticano em 24 de janeiro de 2023

Andrew Medichini/AP

O papa Francisco atualizou neste sábado as regras para lidar com abuso sexual na Igreja Católica Romana, ampliando o seu escopo para incluir líderes católicos leigos.

Líderes leigos são aqueles que não fazem parte da hierarquia eclesiástica (o clero), mas já são líderes de suas igrejas.

O papa emitiu o decreto em 2019 tornando obrigatório que todos os padres e membros de ordens religiosas relatem qualquer suspeita de abuso e responsabilizando bispos diretamente por qualquer abuso cometido ou acobertado por eles.

As medidas foram introduzidas de forma temporária em um primeiro momento, mas, neste sábado (25), o Vaticano afirmou que se tornariam definitivas a partir de 30 de abril e incluirão elementos adicionais com o objetivo de reforçar o combate ao abuso sexual dentro da Igreja.

Escândalos de abusos destruíram a reputação do Vaticano em muitos países e têm sido um grande desafio para o papa Francisco, que aprovou uma série de medidas durante os últimos 10 anos que buscam responsabilizar a hierarquia da Igreja.

Críticos afirmam que as medidas tiveram efeitos mistos e acusam Francisco de relutar em exonerar membros abusivos.

VEJA TAMBÉM:

Igreja católica nos EUA anuncia acordo de US$ 87,5 milhões para 300 vítimas de abuso sexual por padres

Mais de 216 mil crianças foram vítimas de abusos sexuais na Igreja Católica na França, aponta relatório

Mais de 100 padres suspeitos de abuso sexual infantil continuam na Igreja Católica de Portugal

Papa põe fim ao sigilo pontificial para casos de abuso sexual