Corte da Guatemala suspende inabilitação de partido de esquerda para eleição presidencial

A mais alta instância judicial da Guatemala suspendeu nesta quinta-feira, 13, uma ordem judicial que inabilitava o partido Semilla, do candidato social-democrata Bernardo Arévalo, e o impedia de disputar o segundo turno das eleições presidenciais em agosto.

Corte da Guatemala suspende inabilitação de partido de esquerda para eleição presidencial

A mais alta instância judicial da Guatemala suspendeu nesta quinta-feira, 13, uma ordem judicial que inabilitava o partido Semilla, do candidato social-democrata Bernardo Arévalo, e o impedia de disputar o segundo turno das eleições presidenciais em agosto. Uma resolução da Corte de Constitucionalidade (CC) concedeu um amparo provisório a Arévalo, o que reverteu a medida aprovada na quarta pelo juiz Fredy Orellana, que colocava em xeque a participação do candidato do Semilla no segundo turno, informou a entidade. Logo após a sentença polêmica, segundo a qual foram encontradas irregularidades na criação do partido, os dois candidatos foram oficializados para o segundo turno pelo Tribunal Supremo Eleitoral (TSE), o que gerou mais incertezas. A sentença também havia gerado manifestações na Guatemala e críticas dos Estados Unidos, da União Europeia, Igreja Católica e do Chile. Além do recurso do Semilla contra a decisão do juiz Orellana, o TSE apresentou outro recurso com o mesmo fim. Arévalo anunciou que iria denunciar criminalmente o promotor Rafael Curruchiche, que havia pedido a inabilitação do seu partido.

A candidata Sandra Torres, por sua vez, anunciou que iria suspender sua campanha eleitoral devido à crise, para competir em igualdade de condições com Arévalo, após pedir ao presidente Alejandro Giammattei que se manifestasse, diante “da situação difícil” no país. Especialistas, ativistas e o próprio Arévalo alertavam, desde antes das eleições, que o sistema democrático navegava em águas turbulentas na Guatemala, devido ao controle político sobre o Judiciário, a processos contra jornalistas, à exclusão de candidatos à presidência e à perseguição a promotores que combatiam a corrupção.

*Com informações da AFP