"Médicos fantasmas" desviam R$ 10 milhões dos cofres públicos

Nesta manhã de quinta-feira (7), a Polícia Federal (PF) e a Controladoria Geral da União (CGU) deflagraram a Operação Esculápio, visando investigar possíveis desvios de verbas públicas federais destinadas à saúde do município de São Gonçalo (RJ). Os recursos teriam sido desviados através de uma organização social de saúde (OSS) contratada pela prefeitura desde 2016, resultando em um prejuízo estimado em R$ 10 milhões aos cofres públicos.

A investigação revelou que a OSS em questão subcontratava empresas vinculadas a secretários de Saúde para fornecer serviços médicos, sem apresentar as devidas cotações de preços e com suspeitas de que os profissionais contratados eram “médicos fantasmas”. As atividades prestadas pelas empresas não eram fiscalizadas de forma eficaz pela organização social nem por órgãos públicos, evidenciando um possível favorecimento nas contratações e superfaturamento.

Além disso, foi constatada a contratação de serviços de exames laboratoriais e análises clínicas sem a devida concorrência licitatória, levantando suspeitas de superfaturamento, entre outras irregularidades e possíveis fraudes.

A CGU identificou um sobrepreço mensal de aproximadamente R$ 300 mil, e as investigações estimam um prejuízo total superior a R$ 10 milhões em recursos públicos desviados da saúde.

Atualmente, a OSS sob investigação é responsável pela gestão de três unidades de saúde municipais, e as empresas subcontratadas por ela, vinculadas aos gestores públicos, receberam cerca de R$ 70 milhões entre os anos de 2020 e 2023.

Os envolvidos responderão pelos crimes de organização criminosa, peculato-desvio e lavagem de dinheiro, sem prejuízo a possíveis outras acusações que possam surgir durante as investigações.

Vale ressaltar que, na mitologia grega e romana, Esculápio é conhecido como o deus da medicina e da cura.

Redação, com informações do Metrópoles