TST vai discutir direito de oposição à cobrança de contribuição negocial

A decisão do Tribunal Superior do Trabalho (TST) de definir o modo, momento e lugar apropriado para o empregado não sindicalizado exercer seu direito de oposição ao pagamento da contribuição assistencial é uma medida significativa no contexto das relações trabalhistas.

A decisão do Tribunal Superior do Trabalho (TST) de definir o modo, momento e lugar apropriado para o empregado não sindicalizado exercer seu direito de oposição ao pagamento da contribuição assistencial é uma medida significativa no contexto das relações trabalhistas.

Essa decisão foi tomada através do acolhimento da proposta de instauração de um Incidente de Resolução de Demandas Repetitivas (IRDR), um instrumento que visa garantir um entendimento uniforme sobre questões de direito semelhantes.

O caso que motivou a proposição do IRDR envolveu o Sindicato dos Empregados no Comércio de Passo Fundo e Região e o Sindicato do Comércio Varejista de Passo Fundo. Durante um dissídio coletivo, foi firmado um acordo que incluía o pagamento da contribuição mesmo por pessoas não associadas ao sindicato, com a possibilidade de oposição ao desconto mediante comunicação escrita ao sindicato dentro de um prazo específico.

Essa cláusula foi contestada pelo Ministério Público do Trabalho (MPT), que argumentou que a cobrança compulsória de contribuições sindicais viola a liberdade sindical individual, especialmente devido aos obstáculos impostos para exercer o direito de oposição.

O ministro Caputo Bastos, responsável por submeter o caso à sistemática dos recursos repetitivos, destacou a necessidade de estabelecer parâmetros claros para o exercício desse direito, a fim de evitar que a contribuição se torne compulsória e garantir a isonomia e segurança jurídica.

A decisão do TST foi tomada por maioria, apesar da oposição de alguns ministros que argumentaram que a questão ainda não foi definitivamente decidida pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

O processo envolvendo o IRDR passará por diversas etapas, incluindo a intimação do MPT e a abertura de prazo para manifestação das partes interessadas, podendo inclusive incluir uma audiência pública, conforme determinado pelo relator.

Essa medida busca estabilizar a jurisprudência em relação a essa questão específica, garantindo uma abordagem uniforme tanto nos Tribunais Regionais do Trabalho quanto no TST.

Com informações do TST